IGREJA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES

Devemos "Ser Discípulo e Missionário de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida". Este pensamento nos leva a uma "conversão pastoral", abandonando um caminho e escolhendo outro, quando somos impulsionados a "ultrapassar uma pastoral de mera conservação ou manutenção para assumir uma pastoral decididamente missionária" (DGAE, n. 26).  Nossas paróquias precisam se renovar. É o chamado constante do Papa Francisco para irmos às periferias existenciais do mundo, a começar por nossa paróquia, que é o quintal de nossa casa, para proclamar Jesus Cristo como Senhor.
Jesus, em sua pregação, nos chama de amigos, de irmãos e irmãs, havendo igualdade entre homem e mulher, partilha dos bens, superando toda a mentalidade de superioridade de um em função de outro, sendo que na Igreja todo poder é exercido como serviço, como nos apresenta 1Cor 12,4 “ há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”, podemos citar os serviços e pastorais presentes em nossa Igreja, “catequista, MECEs, leitores, cantores, tocadores e todo o Povo de Deus que não medem esforços para ajudar na construção do Reino. já pensou se todos resolvessem fazer a mesma coisa? Por isso, a colaboração de cada um é essencial, para que juntos, possamos unir as forças no labor da messe, é dever do cristão colocar os seus dons a serviço da Igreja e do próximo, pois Deus não nos deu nenhum talento para guardarmos somente para nós, é um presente que deve ser partilhado, é na partilha que os dons se frutificam. Nossas comunidades são convidadas a testemunhar a misericórdia de Deus, pregação que nos fascina no testemunho do Santo Padre Francisco, quando a Igreja é chamada a testemunhar o perdão e a reconciliação, deixando que o amor prevaleça, porque quem não ama não conhece Deus, porque Deus é amor. A oração comunitária, dos reconciliados, é a oração eclesial de quem serve com alegria. Nossas Paróquias devem passar por uma mudança de mentalidade, empregando quatro fontes primordiais em todo trabalho pastoral e evangelizador: 1) hospitalidade (saber acolher a todos); 2) partilha (não é dar esmola ou o que nos sobra, é saber quando o irmão precisa de nossa ajuda, é saber que a maior causa de fome não é a falta do pão e sim a falta da Palavra); 3) comunhão de mesa (é participar do sacrifício eucarístico principalmente aos domingos, dia do Senhor, é valorizar a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia); e 4) acolhida dos Excluídos (ir ao encontro daqueles que vivem às margens da sociedade, trazendo para o meio de todos, não como pobres e miseráveis, mas como filhos de Deus). Estas quatro metas sustentam a vida comunitária, a exemplo de Jesus, o Bom Pastor, que nos ensina a recuperar a dimensão "caseira da fé", a dimensão da família que testemunha a sua fé primeiramente em casa, a educação de berço, o respeito pelos mais velhos, a educação dos bons costumes, tão necessária nos dias atuais. Por isso, somos chamados a valorizar a dimensão da missa dominical, valorizando também a Celebração da Palavra onde Jesus se faz presente na Palavra e na Eucaristia. O cuidado com os doentes e o anúncio do Reino de Deus para todos e não somente para os santos, como Ele mesmo nos disse “os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes, eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Mc 2,17). Ele não se fecha dentro da sua própria cultura, mas sabe reconhecer as coisas boas que existem em todas as pessoas. Jesus mesmo foi um peregrino. Ele "começou a andar por todos os povoados da Galileia anunciando o Reino ao povo de Deus" (Mc 1,14-15). Isso é o que nós devemos fazer hoje, sem medo de ir ao encontro daqueles que estão afastados de nossas estruturas paroquiais. Acolher e ir. Acolher os que estão retornando e ir ao encontro daqueles que querem ser aquecidos, mas não conseguem saber onde.
Sem vida em comunidade, não seremos capazes de cultivar uma cultura de paz, onde o amor ao próximo seja frequente e um bem sublime, pois vivemos diante de tantas comunidades virtuais, que nos afastam do convívio humano e fraterno, tornando a vida cada vez mais artificial e o contato pessoal cada vez mais distante (a exemplo dos aparelhos celulares e computadores), a nossa vida está perdendo o seu valor primordial, devido à cultura moderna, precisamos viver alicerçados na Palavra de Deus, celebrando e vivendo os sacramentos, sendo solidários com os mais pobres a exemplo de Nossa Mãe Maria Santíssima em que suplicamos: Humilde serva, vem nos ensinar, por onde ir e como caminhar, servindo a Deus e também ao nosso irmão, como resposta à nossa vocação.

Como afirma o Documento de Aparecida, as paróquias são “células vivas da Igreja e lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial”, “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles".
Sem. Élcio Bonfim
Propedêutico